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Separei. Transtorno de ansiedade, pânico, depressão e agora?


Hoje não falarei de artesanato, mas de um tema que tem sempre chegado a mim por uma ou outra via.


Depois de uma longa relação e a espera de um compromisso mais profundo você percebe que está perdendo seu tempo e se separa.


Depois de algum tempo de casado ocorre a separação. Sem filhos e sem maiores problemas, exceto a conta conjunta e o rombo no banco.


Após um bom tempo casados você, com filhos pequenos, se separa e percebe que já estava sozinho a muito tempo.


Independentemente do tipo de separação, rompimentos trazem muitos sentimentos misturados: Depressão, baixa estima, ansiedade, solidão, pânico, ainda mais de quem já sofre desses problemas.


Outros começam a sofrer de problemas físicos. O organismo, literalmente, desanda, assim como a vida que estava toda organizada em torno da outra pessoa.


A pessoa se vê, de repente, sozinha para cuidar de uma casa: filhos, compras, mantê-la, todas as contas para pagar... Muitos, voltam a morar com os pais e outros passar a sobreviver dia após dia até sentirem-se melhor e se readaptarem.


Não é fácil independente da forma que a coisa aconteça e como ficará: Não é fácil.


O ser humano, principalmente os descendentes de europeus não foram criados para se verem sozinhos. Na minha opinião, isso é um grande erro, um atraso social. Afinal de contas, até os animais são criados com seus pais até chegarem ao momento que estão prontos para seguirem a sós, mas pessoas...nem sempre.


Uma coisa é certa e pode ser a base para todos se reerguerem: Nenhum relacionamento acaba do dia para a noite.


Tudo começa assim desandando e sendo levado adiante aos trancos e barrancos na esperança de melhorar. Tentamos consertar de um lado, aparamos as hastes de outro, porém é dado o momento em que todo os esforços não funcionam e não há nada mais para protelar.

Sem acreditar que será definitivo pedimos o divórcio e a ficha só vai realmente cair, quando no decorrer dos dias percebemos que não tem volta. É definitivo. E o até que a morte nos separe, ainda fica uma culpa de não ter sido felizes como nossos avós.


Aquele passeio nos fins de semana que vocês sempre faziam não existe mais. A praia com a família acabou e você chega na mesma praia e se sente perdido vendo seus amigos lá com seus parceiro se filhos. É como se não fosse mais daquele grupo.


O chão se abre. A rotina que era muito chata, desaparece e nos dá saudade. Questões como: Por que não deu certo? O que foi que fiz de errado? Crenças como: Eu fracassei, não vou ser capaz de fazer tudo sozinho, e não vou conseguir nunca mais ser feliz ou acreditar no amor. Passam por nossa cabeça...passam.


Passamos a filosofar nos eternos “Por que eu?”


Não cuidamos da aparência, não cuidamos da casa, parece que vamos ficar cada vez piores, mas os dias passam e o que se percebe é que precisamos seguir em frente. Precisamos aceitar uma nova realidade.


E para aceitar é preciso mudar. Voltar a cuidar da aparência. Tentar conhecer pessoas e fazer amizades. Procurar uma atividade prazerosa, seja cozinhar, pintar, dançar, ensinar. Todos temos atividades que deixamos de fazer por conta de tempo ou mesmo de uma vida que tínhamos antes.


É preciso reescrever os planos afinal, é preciso fazer planos!


Não é vergonha pedir ajuda médica. Fazer terapia para se conhecer melhor e encontrar outras alternativas para ser feliz.


A felicidade precisa vir de dentro da gente, do prazer em estar vivo. Em ver o sol pela manhã ou uma chuva da janela. O prazer em passear em um shopping sozinha e se divertir.

Se divertir e se presentear, dar um presente a si. Comer algo gostoso. Comprar uma roupa que lhe faça sentir mais bonito (a). Ir ao cinema sozinho e se espalhar nas cadeiras, com um saco de pipoca e um copo de refrigerante.


E sem querer assim do nada, você vai se redescobrir muito mais feliz que antes. Agora você vai se sentir alguém completo que não precisa mendigar amor de ninguém e que para estar o seu lado, vai ter que lhe dar um valor verdadeiro.


Agora se você tem pânico da solidão, que tal aproveitar o momento para se superar?


Pessoas que entram em crises de ansiedade ao se separarem precisam de tratamento. Usar sua medicação SOS sim. A hora é esta. Mudar a alimentação, pois muitos alimentos ajudam neste processo acalmando: Vitamina b, granola, passas, linhaça, alface, muita banana.


Aceitar a situação já lhe fará sentir melhor, e, conseguir pensar em algo de construtivo para seu futuro. Crie metas e mesmo que elas lhe pareçam impossíveis caminhe em direção a elas.


Se você não tem família para lhe ajudar, conte com um amigo ou vizinho, não tenha vergonha de pedir ajuda. Lembre-se que aquele que voltou a morar com os pais também se sente em um retrocesso e, muitas vezes, continuam a engolir sapos, mas de seus próprios pais.


Não se esqueça do que escrevi lá em cima, não foi do dia para a noite que tudo acabou, então, se pergunte se somente agora você está, realmente, só? A quanto tempo você já vinha se sentindo assim e fazendo suas coisas sem ajuda de fato. Se você se der conta disso vai se sentir forte para ir adiante. Afinal agora é menos um para atrapalhar, bagunçar, enfim , menos um para cuidar.


Se permita não ser perfeito, se permita chorar, se divertir. Não fique só pensando no que não deu conta, nas notas baixas da escola, no sofrimento de seus filhos. Calma, eles também vão aprender a lidar com a situação e muitos vão até lhe animar de tanta maturidade inesperada.


Se chorar na frente deles, ok. Isso não vai traumatizá-los, mas vai mostrar que vocês precisam se abraçar, pois estão tristes. É uma fase e vão superá-la.


Também não significa que um dos pais deixará de ser pai. E caso seja este o caso de um dos pais desaparecer, escute seus filhos e trate-os caso não saiba o que dizer, pois profissionais estudaram para isso, para estarem ao seu lado, lhe orientando.


Peça ajuda na escola, e converse com outras pessoas que também passaram por isso. Na escola existem profissionais que poderão ajudar você e seu filho.


Como cresci ouvindo: “Tudo na vida tem jeito menos a morte”. A morte real, pois uma separação é a morte de algo que já estava na uti, para um renascimento de quem você é de fato.


Renasci para minhas habilidades artísticas, aprendi a lidar com meus pontos fracos, aceitar minhas lágrimas, amadurecer e mudar meus pontos de vista. Eu consegui, você também consegue. E pense bem no quão corajoso você é! Quantos casais continuam juntos se desrespeitando por medo de ficarem só ou por comodismo?


Pra quem não me conhece sou Ro Garcia, psicóloga, artesã e administradora do grupo Ansiedade tratada com arte e se quiser entrar seja bem vindo.


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